Por Marta Mitico
Advogada & Especialista em Global Mobility
Sócia-fundadora da BR-Visa e Mitico Advogados
Mesmo antes de a pandemia mostrar ao mundo que o trabalho remoto era uma realidade irreversível, os nômades digitais já tinham espaço consolidado no mercado. Só nos EUA, eram 7,3 milhões. Dois anos depois, esse número mais que duplicou (15,5 mi).
Tratam-se de freelancers ou empreendedores que, com a ajuda da tecnologia e um bom planejamento, conseguem trabalhar de forma remota de qualquer canto do mundo, sem residência fixa e mesmo em constante trânsito.
Principalmente depois de 2020, os nômades digitais passaram a ter direito a vistos específicos em diversos países. No Brasil, desde o ano passado, esses trabalhadores têm direito a um visto temporário de um ano, com direito de renovação pelo mesmo período, e autorização de residência. Clique aqui para saber mais.
O objetivo: atrair profissionais com alto potencial de consumo, conhecimento, contatos e influência que podem ajudar a movimentar a economia no país sem recorrerem a empregos locais, pois eles já estão contratados por multinacionais. Credita-se parcialmente a eles o crescimento de tantas startups no Chile, por exemplo.
É animador que os governos tenham entendido como a presença desses viajantes é importante para a economia local. Embora exista a impressão de ser um cotidiano de aventura, a vida dos nômades digitais não é fácil. A dinâmica de constantes mudanças afeta especialmente aqueles que vivem em ambiente familiar. Estar em condição migratória e fiscal legalizada, com a documentação em dia e os requisitos de saúde e educação atendidos é essencial para garantir segurança para esses profissionais exercerem suas atividades.
Foto: Pexels