A crise humanitária vivida pelos refugiados afegãos acampados no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, parece não ter fim. O número de novas levas de famílias oriundas do país asiático cresceu de maneira alarmante – ONGs e grupos de apoio chegaram a contabilizar de 70 a 100 pessoas nos saguões de Cumbica.
Essa situação tem sido uma constante desde setembro de 2021, quando o regime do Talibã voltou ao poder no Afeganistão, fazendo com que as taxas de migração para o exterior aumentassem acentuadamente para todas as partes do mundo.
Desde essa época até junho desse ano, o Governo Federal autorizou 11.576 vistos humanitários para migrantes afegãos. Segundo a Polícia Federal, de janeiro de 2022 até abril deste ano, foram mais de 6 mil pessoas oriundas do país asiático a procura de refúgio.
Entretanto, a concessão de vistos, por si só não é suficiente, pois o acolhimento dessas famílias continua lento e caótico. Alguns refugiados estão há mais de seis meses a espera de abrigo. Ainda há dificuldades para encontrar abrigos permanentes, enquanto os leitos temporários, alocados em Guarulhos e Praia Grande, já estão lotados.
Para mudar essa situação, faz-se necessário, portanto, a montagem imediata de uma rede de acolhimento eficiente e de uma força-tarefa, contando com a participação de órgãos públicos, que busque a regulamentação de uma política migratória e de atendimento a refugiados eficaz.
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