A população portuguesa e a comunidade lusodescendente espalhada por todo o mundo já finalizam os preparativos para as festividades do tradicional Dia de Portugal, celebrado todos os anos na data de 10 de junho. No Brasil, as comemorações começam um pouco antes, nesta quinta-feira (7) com um evento na embaixada do país ibérico, em Brasília, a partir das 19 horas.
O feriado tem como nome oficial “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”, em razão da data da morte do célebre poeta português – já que o dia do nascimento é desconhecido, optou-se por homenageá-lo no falecimento, em 1579 (ou 80, há divergências também). Luís de Camões é o autor da epopeia Os Lusíadas, considerada a obra literária mais importante da história da Língua Portuguesa – a travessia do Cabo das Tormentas pelo navegador Vasco da Gama serve de pano de fundo para narrar, de maneira simbólica, a história do país.
As comemorações envolvem desfiles militares, cortejos, exposições, concertos, além de uma cerimônia de condecorações. Nos últimos dois anos, o presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, passou a celebrar a data de maneira diferente. A festa começa em Portugal e termina em outro país. Em 2017, por exemplo, ela teve início no Porto e foi encerrada no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 2016, as cidades escolhidas foram Lisboa e Paris.
Este ano, o chefe de Estado comandará as celebrações em Ponta Delgada, no arquipélago dos Açores, a partir de sábado (9 de junho). Elas prosseguirão até o dia 12 nas cidades norte-americanas de Boston e Providence. Sousa afirmou que a data servirá como uma “retomada estratégica das relações entre o país e os Estados Unidos”, local onde vivem aproximadamente 1,4 milhões de portugueses e lusodescendentes, sendo 70% deles açorianos, segundo a Direção Regional das Comunidades. O primeiro-ministro, António da Costa, por sua vez, participará de parte das festividades e viajará por todo o país em contatos comerciais até o próximo dia 16.
Histórico do Dia de Portugal
O 10 de Junho é celebrado como feriado desde 1910, ano da implantação da República, mas somente como o “Dia de Camões”, e ainda em âmbito municipal, na capital Lisboa. A partir de 1933, durante a ditadura do Estado Novo, o 10 de Junho foi promovido para feriado nacional e passou a ser exaltado pelo regime.
Em 1944, durante a inauguração do Estádio Nacional do Jamor, o ditador António de Oliveira Salazar estipulou que a data passaria a ser denominada “Dia de Camões, de Portugal e da Raça”, em uma tentativa política de exacerbar características nacionais, celebrando o colonialismo e o sentimento de que o povo português era uma grande nação espalhada pelo mundo, com uma raça e língua em comum. Quatro anos após a Revolução dos Cravos, em 1978, já sob o regime democrático, o 10 de Junho passou a ter a denominação que ostenta até os dias de hoje.
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